Temos exemplos maravilhosos de sucessores na indústria hoteleira, mas temos exemplos desastrosos também. Qual o motivo? Os gestores familiares não planejam a sucessão ou herança, e isso acontece em todos os mercados em que as empresas familiares estão envolvidas. É tão grande o problema, haja vista que mais de 80% das empresas no Brasil são familiares, que pode comprometer ou até levar à falência as empresas por absoluta falta de planejamento na empresa familiar. Em hotelaria, esse problema é igualmente presente e importante. Quando medimos o mercado, encontramos mais de 84% de hotéis independentes, não é pouco. Destes, podemos afirmar pela experiência ao longo dos anos que não chega a 10% dos hotéis que contam com sucessores e destes, pasmem, quase 80% não foram preparados adequadamente. É um caos empresarial.
Há governança familiar, governança empresarial e governança societária. Uma solução familiar resolve muitas das disputas entre familiares. Em geral, quando há uma governança familiar, a probabilidade de que a empresa siga em frente é enorme; quando não há harmonia familiar, a empresa falece junto com os fundadores. Temos vários exemplos nos quais vemos pais processando filhos e vice-versa e, em geral, são empresas falidas. Em hotelaria, há ícones que padeceram e eram grandes e importantes grupos familiares; a maioria está fora do mercado e as famílias estão esfaceladas.
Na governança empresarial, quando resolvida a governança familiar, e se os titulares se preocupam com a perpetuação do negócio, trabalhando previamente com planejamento estruturado, os resultados são maravilhosos e garantem a empresa para a segunda, terceira e até quarta gerações.
Por último, vem a governança societária, fundamental para a perenidade do negócio. Sei que você deve estar pensando que é tudo a mesma coisa, mas não é. Há casos em que integrantes da família nem da família querem ser e fogem da convivência familiar, mas continuam sendo sócios do negócio, principalmente quando os fundadores já faleceram. Não querem ser da família, não querem tocar o negócio, mas querem a sua parte como sócios.
Essa questão deveria estar sobre a mesa de todo empreendedor de sucesso que pretenda a perenidade do hotel para as futuras gerações. O planejamento será a ferramenta de sucesso para que a empresa se perpetue, compartilhe prosperidade e, principalmente, mantenha a harmonia familiar.
Tem ótimas opções no mercado para quem quer se profissionalizar e implementar a governança familiar, empresarial e societária, há excelentes profissionais e vasta literatura, mas as famílias precisam ser a base de tudo, têm que ser agentes ativos nesse processo e os protagonistas da mudança e da harmonia.
Para quem quer se aprofundar no tema, recomendo a obra “Keeping the Family business healthy. How to plan for continuing profitability na Family leadership”. Editora Joosey- Bass Inc., cujo autor é John L. Ward
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